Eu pergunto o que será no meu dia a dia
Ainda vejo sangue, nas periferias
Corpos empilhados, campo de concentração
A guerra calou a paz, bombas e canhão
Munição caseira, presídio superlotado
Aqui não é filme, não tem herói mascarado
É só bala perdida, acertando criança
Playboy mata cinco e sai sobre fiança
Tiroteio na noite, corpo amanhecido
Por causa de 10 reais, puxaram o gatilho
Alma penada, vagando na madrugada
Por que não pago a pedra que pego na bocado
Por fora ta tranquilo por dentro gritam socorro
Nada mudo, talvez não mudará
Pergunte pra si mesmo, o que será?
O que será a vida, pra quem quer matar
O que será o erro, pra quem quer acertar
O que será a vitoria, pra quem quer derrotar
O que será o chão, pra quem quer voar
Bombas caem do céu, o ataque é nuclear
Já não basta droga e arma, pra nos matar
Mentira é verdade, em plena tv
Todo dia mata um quem é pago pra nos proteger
A esperança nunca morre, mais pelo visto já morreu
Povo anestesiado só espera por Deus
Barulho de sirene é o som do amanhecer
Corpo desaparecido, na vala vai apodrecer
Século 21, era do caos
Famílias desnutridas imploram por um real
Escravo moderno, na plantação de cana
O olhar sincero, não diz mais que ama
É só falsidade no coração ambicioso
A falta de amor no fim é doloroso
Chegara uma hora que mundo vai acabar
Pergunte pra si mesmo, o que será?
O que será a vida, pra quem quer matar
O que será o erro, pra quem quer acertar
O que será a vitoria, pra quem quer derrotar
O que será o chão, pra quem quer voar