Nuvens pesadas de chuva
Num matiz de picumã
Relâmpagos e curiscos
Bordam o céu na manhã
E um raio desce rasgando
A copa de um tarumã
Prenúncio de temporal
Agita a vida campeira
O gado procura abrigo
No capão da corticeira
E a cavalhada gaviona
Relincha e vêm pra mangueira
Oiga le, que tempo maula
Que amanheceu relampeando
No meu galpão em silencio
Um amargo vou cevando
Sem demora bate água
Vou esperar chimarreando
A fumaça do palheiro
Com cheiro de figueirilha
Mesclando o sabor do mate
Jujado de maçanilha
Lá fora derrama água
De encharcar várzea e coxilha
Depois da chuva os barreiros
Vão erguendo seus ranchitos
No galpão onde me abrigo
Sigo mateando solito
Contemplando a natureza
Neste ritual tão bonito
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