Vale dos perdidos
Exilado entre moinhos de ventos
Deslumbro a estrada de tijolos do tempo
Desperto, então
De vez em quando, entro em órbita
E a gravidade me traz de volta
Do espaço ao chão
Preso num vale perdido
Sob tormentas, escombros e gritos
Quanto vale esse risco?
A cada dia um palhaço aparece
Vomitando hipocrisia sobre a plebe
Doando "panis e circus"
Olho a lua no mar surgir
Como um balão no ar, emergir
E de manhã, está livre para ver
O sol... O sol nascer
Vejo o espelho da farsa quebrar
Mas alguém sempre tende a colar
"É proibido pensar"
Desde crianças nos insultem falácias
Ficamos cegos no meio de tanta fumaça
E não nos deixam sonhar
Envolvidos em conflitos e guerras
Inventamos nossos próprios dragões e quimeras
Depois queremos fugir
Na verdade o que me assusta afinal
É o caos contínuo deste mundo infernal
E de não ter aonde ir
Olho a lua no mar surgir
Como um balão no ar, emergir
E de manhã, está livre para ver
O sol... O sol nascer
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