Eu sou sertanejo caipira assumido
Não tenho vergonha da minha raiz
Não sou de duas caras eu não sou fingido
É desse meu jeito que eu sou feliz
De família pobre na roça nascido
Um tempo sofrido mamãe me contou
Sem muito recurso sem ter quem ajude
Porem na saúde Deus me abençoou
Ainda me lembro do tempo de infância
Do tempo distinto que não volta mais
Esta bem guardado em minha lembrança
A vida na roça junto de meus pais
Do fogão de lenha a agua fervendo
E mamãe fazendo a alimentação
Cardápio bem simples franguinho caipira
Junto com farinha, arroz e feijão
Lavoura bonita papai sempre teve
Lutando com garra e dedicação
Trabalhando a terra lançando a semente
Do milho, do arroz, do café e algodão
Na força do braço, com a foice ou o machado
Puxando a inchada pra ganhar o pão
No fim da colheita um pouco de alegria
Mais a maior parte era do patrão
Debulhar o milho era meu serviço
Pra ver as galinha juntar de montão
Eu sempre fazia isso no capricho
E a galinha gorda pegava com a mão
Matava e limpava, cortava os pedaços
Mamãe colocava lá no caldeirão
E la pras dez horas mamãe dava o grito
Eu vinha contente pra ver o fogão
São muitas lembranças não posso contar
Mais existe algumas que faço questão
Terminando o dia o banho tomado
Encontro marcado na congregação
Igrejinha simples um povo humilde
Cantando ao som da sanfona e o violão
Pastor dirigente pregava bonito
De um jeito bem simples mais cheio de unção
Culto avivado um melhor que o outro
Pelos testemunhos com inspiração
Vigílias que iam a noite inteira
O sol despontava ouvindo oração
Crentes batizados no espírito santo
Deus manifestava o poder de suas mãos
E a santidade era a marca da igreja
Sinais e prodígios entre os irmãos...
O tempo passou eu já sou um adulto
As coisas mudaram eu mudei também
Agora igrejinha já não e a mesma
O povo animado quase já não tem
Muitos dos irmãos já estão lá na gloria
Pastor que pregava já foi pro além
Me resta esta firme vigiando com zelo
Pra em breve revê-los em jerusalém