Meu amigo era homem sério, hoje é um pudim-de-canha
Ficou mal-acostumado, tanto foi a botequim
Começou com um martelo pra esquecer uma chinoca
Se empolgou e tomou todas saiu virando cambalhota
Cambalhota é o apelido desse gênio da garrafa,
A cahaça é sua vida, sua escola é a manguaça
Seu sorriso é matreiro, pois seu prazer é duplicado
Onde tem duas morenas, cambalhota enxerga quatro
Olhe pra cima, olhe pra baixo... quem não fica vesgo é porque não tá borracho!
Cigarro ele não fuma, pra evitar uma explosão
Água ele não bebe, que engasga o coração
A ressaca ele cura quando toma outro porre
Põem o dedo na goela, mas recusa o engov
Devagar, quase parando, lá vem ele em zigue-zague
Com um perfume bagaceiro, pra matar qualquer vaidade
Volta e meia pede um troco:
- 'Presta aí uns cinco pila, que amizade vale ouro... ou então me paga uma birita!