Cai a tarde no sertão
Logo a noite vai chegar
Homem larga do arado
Pega a foice e o machado
Vem pro rancho descansar
Sua choça no grotão
Desafia a solidão do ermo
Sabiá o seu vizinho
Guardião do seu ranchinho
Canta uma paixão sem ter
Morre o sol avermelhado
Sobe a sombra do espigão
Passarada em sinfonia
Um coral de alegria
E inocente orquestração
Só quem sofre é o caboclo
A saudade pouco a pouco amola
Solidão traz nostalgia
Esperando um novo dia
Desabafa na viola.
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