Aprendi a ouvir o silêncio;
grito de socorro entrelinhas,
ver o o sorriso suicida,
sentir a dor além da minha.
Noto a presença do andarilho,
quilômetros além,
como deitar o ouvido nos trilhos
e sentir a chegada do trem.
Sei avaliar o medo
no autêntico gesto de heroísmo.
Sei desvendar os segredos
do mais profundo abismo
Conheço olhos de ira
escondidos na face do santo.
A dúvida do gatilho na mira
e a ternura do assassino em pranto.
O andarilho segue meus passos,
quem pede socorro sou eu.
O abismo me abre os braços
e o olhar so santo é meu.
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