Digere os termos sem saber
E afunda os dedos sem pensar
Em garras de papel machê
Manchado em formas não ficou
Mastigando medalhas por medo
Respira através de idiomas
Não me enxerga, espera terminar
Tingir de medo os ossos irão sobrar
Entrega aos céus suas pálpebras
Desfaz-se em tinta
Pedaços meus em prisma
Calcifica os olhos por me ver dançar
Espelhos pra me ver sangrar
Aloca em vertebras
Transborda em dentes
Vomitar pedras
Navalhas pra me ver sorrir
Afoga o tempo que nos resta
Delimitar o que vai ruir - resiliência
Além daqui
Atém-se ao fato de que é concreto morrer ao acordar
(andando ao som de passos vai sem esquecer)
Andar até o chão sangrar
Entre os extremos tentar ficar (andar)
Será constrito em texturas
Percorre a derme em sal
Cutículas
Do chão não passa
E enquanto houver sangue pra sangrar
Me leva pro mar
Sente as palavras
Por entre as fraturas
Antes da minha vez
Mordendo a estrutura
Eu sei que vai calar
Trancando a mandíbula
Desfaz em tinta
Pedaços meus
Calcifica os olhos por me tentar me ver
E afunda em nós sem perceber
Aquece os olhos, ferve
Serpentes são vocês
Morrer de fome é questão de se ajoelhar
Desfaz em tinta
E aquece pra desdobrar