Naquela rua vivia um rapaz
Que não sabia nem ler nem escrever
Naquela rua ninguém foi capaz
De lhe ensinar o que q’ria aprender
E ele pediu
E ele ficou
A ver o tempo e a vida a passar
E ele sorriu
E ele inventou
Outra forma de alguém o escutar
Era um rapaz que sem abc’s
Arranjou forma de chegar a nós
Com mil grafittis que pela noite fez
E que falavam mais alto que a voz
E ele sorriu
E ele esperou
Que eu parasse para o abraçar
E ele fingiu
Que não notou
Quando eu desviei o olhar
Sou o rapaz que ninguém ouviu
E faz grafittis nas suas canções
Só pra dizer que jamais desistiu
E quando grita é a plenos pulmões
O sol nasceu
E ele seguiu
Como se fosse em busca do mar
Ele cresceu
E eu aprendi
O que não fui capaz de ensinar