Diz o poeta tristemente em seu verso
"viver é ir morrendo lentamente"
Para mim é um compromisso consciente
Com o fim do qual não há regresso
É um tapete que rola sobre nós
É um bilhete que se tira ao nascer
É um roteiro com destino por saber
É um rio que desliza para a foz
É não saber se ao sair se irá voltar
É avançar sem deixar de olhar para trás
É ao partir não saber se se é capaz
É adormecer sem certeza de acordar
Diz o escritor nesse triste pensamento
"crescer é ter contacto com a morte"
É ver no dia a dia a sua sorte
Tomar asas, desaparecer com o vento
É soluçar sem saber porque se chora
É reclamar à morte quem se quer bem
É ser de todos e não ter ninguém
É ver passar no dia a hora-a-hora
É não saber se ao sair se irá voltar
É avançar sem deixar de olhar para trás
É ao partir não saber se se é capaz
É adormecer sem certeza de acordar
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