Chão nosso,
Labutado,
Pão-a-pão,
No teu ventre semeado.
Dia-em-dia
Te daremos
A vontade
Do nosso corpo ainda acorrentado.
Contigo
Nos libertaremos
Das ofensas que não perdoamos.
Chão nosso,
Desvendado,
Sol-a-sol
Pelo fogo do arado.
Pela mão
Oprimida
Da razão
Luta de morte e de vida.
Chão nosso
Da nossa batalha.
Glória, glória
A quem o trabalha.
Chão nosso
Da nossa batalha.
Glória, glória
A quem o trabalha.
Chão nosso fecundado
De amor e suor,
A manhã sem perigo,
Clamor dos servos cravos,
Camponeses sem terra.
E de ti chão nosso
Se levantará liberto
Nas mãos obreiras
Nosso pão de cada dia. (x2)