Flor é uma estrofe sublime
que do seio da pranta nasceu,
retrato fier da inocência
que no ventre da terra cresceu.
Enfeita alegria e festa
memória de quem já morreu.
A flor é um encanto do mundo,
um poema que Deus escreveu.
Grinarda é a fror da paixão,
a muié é a fror da ilusão,
deixa a saudade prantada
no jardim do nosso coração.
Sereno, fror da madrugada,
soluço é a fror da paixão,
luar, a fror do poeta
e a cabocra a fror do sertão.
A vida da fror é tão curta,
vai secando, do seu ramo cai,
lembrança de uma primavera
que o tempo deixa pra trais.
Também somo frores da terra,
nossa vida também são iguais.
Primavera todo ano vorta,
nossa vida não vorta mais