Nem jangada nem rede nem remo
Onda não pedra não peixe não concha não
Nem lagoa nem lua nem vento
Só o corpo e a cor do algodão
Só as pétalas de tantas lágrimas
Polvilhando de amor o caixão
Ele estava bonito, afogado
Já depois da barra da visão
Ele estava sereno, minguado
Bem pra lá de outra arrebentação
Ele estava tão longe, tão triste
Ele estava no meu coração
Tantas coisas não vemos, que existem
E que, tanto quanto somos, são
Pescarias, clarins para Dora
Maricota, Marina, Valentão
E esse travo da morte de tudo
E de tudo a continuação
Ancião, dê seu beijo nos anjos
E descanse no fim da canção