As montanhas, as flores, manchaste
Com teus olhos escuros e maus
E roubaste da luz os contrastes
A dança das cores e constelações
Só por causa dos teus espantalhos
As cidades sujaram as mãos
E de noite pousaram nos galhos
Mil fábulas tristes sobre os animais
Quando então minha reza e meu gesto
Terão força pra te esconjurar
E quebrar tua imagem de pedra
Pra ter primavera ao invés de teu olhar?
A vergonha, no espelho escondeste
Para os olhos herdarem os teus
Engendraste esse estigma, essa peste
Trancaste-me as águas, vedaste-me os céus
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