(Uma homenagem póstuma ao grande trovador Gildo de Freitas)
Compadre Gildo de Freitas
Encerrastes a carreira
Acabou a nossa guerra
Que era pura brincadeira
Agora estás lá no céu
Junto a nossa padroeira
No jardim da santidade
Aceita toda a saudade
Do teu compadre Teixeira
Pediste a terra pro corpo
Antes da extrema unção
Também comungo contigo
Quando eu morrer quero o chão
Mas quero é falar de ti
Na minha composição
Gildo eu digo com certeza
Mais um selo de tristeza
Que gruda em meu coração
(Bem disse o velho filósofo: “A morte não marca ponto”)
Compadre Gildo de Freitas
Ouça bem o Teixeirinha
Está te mandando um beijo
À tua esposa Carminha
O Jorge, o Zeca e o Paulo
O Geneco e a Neusinha
Teus cinco filhos e netos
Os donos dos teus afetos
Também da saudade minha
Na estância grande do céu
Onde te encontras agora
Junto aqueles trovadores
Que a tempo já são outrora
Vão fazer versos contigo
Pra Cristo e Nossa Senhora
O Cardoso na sanfona
O Tereco se apaixona
E o compadre Gildo escora
(Foi tu quem fez as trovas mais lindas
do Rio Grande, companheiro)
O Rio Grande está chorando
Sentindo a falta de ti
E o povo se lamentando
Não vão ouvir mais nós dois
Em versos se dedicando
Eram duelos de idéias
Pra divertir as platéias
E nós como irmãos se dando
Foi grande a nossa amizade
E disso nunca esqueço
Sempre nos queremos bem
E querer bem não tem preço
Mas tu partiste com Deus
Mudaste de endereço
Com Cristo tu te refez
Quando chegar minha vez
Compadre Gildo apareço.