Fosso das trevas, que tenho de passar sem medo
Para chegar á porta do destino sem o trevo
Linda luz doirada
Na escuridão sagrada
Porta dura e velha que tenho de abrir
Com palavras mágicas que tornam a fugir
Num trovão inimigo
Em nuvens sem abrigo.
Meu corpo ensanguentado
E ali parado
Minha face fria
Esperando aquilo que eu temia..
A dor...
Do feitiço negro lançado pela bruxa
De olhos de fogo cintilante.
Facas cravadas na minha alma
Putas sanguinárias a atazanar a calma.
Corpos mortos em outras vidas
Serventes venenosos curando minha feridas
Altar abandonado
É este o meu fado.
Troncos queimados
No reino da maldição
Galos sem cabeça
Onde reina a traição
Sangue derramado
Na mesa pão barrado...
...De maldição
Velhos homens morrem
Novos corpos nascem
O cheiro a doença
Que paira no ar da descrença
Não há água, não há vinho
Já não tenho tino
Com sede e com fome
E nada neste vale se come
Maldição
Arrependimento de duvidar
Das forças do mal
Vim ás trevas parar
A este vale infernal.