No meu quintal um girassol de metal
É só uma parte do mundo inteiro.
O caule está cortado, se não estou errado
Por conta de um formigueiro.
E no varal o que parece normal
Não deixa ver o que está no canteiro.
Uma flor de sol se pondo
Pra não correr me escondo
Em um remédio certeiro.
Quem é que pode me condenar
Por meu coração não pensar?
No mesmo canal um espantalho estatal
É para os pássaros como um poleiro.
Um corte é remendado com a pele do passado
Pra economizar dinheiro.
E como é concursado prefere estar parado
Do que entrar no terreiro.
Mas, o que mata o prado, se não empena o arado
É não te-lo com paraceiro.
Se com ferro fere como escapar
De uma enferrujada colheita?
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