Deixa o Velho Chico me levar
Pelas águas de opará
Deixa eu cruzar a imensidão
E erguer minha bandeira nesse chão
Vai, meu coração!
Navega pelas águas desse rio
Lava as mágoas e as dores
Vencendo cada desafio
Murmurando entre as matas
Beijando o solo rachado
Florescendo a beleza
Riqueza de um humilde povoado
Eu vi o grito do índio ecoar
Eu vi a mãe quilombola enfrentar
Foi meu barco deslizando na paisagem
Transformando sua margem
Em cada cais que eu aportar
Há lendas e mitos de arrepiar
Em cada cais, sou almirante
Encantos de um navegante
Magia esculpida por mãos
Me traz proteção para o mal espantar
Vai a carranca na proa
Adornando a canoa com o vento a guiar
Se a fé é arte, a arte é fé
Em busca da felicidade
Eu enfrento o que vier