Sou cantador, sou boiadeiro,
Bom de braço, violeiro,
Aonde passo tem rodeio e tem canção...
Sou trovador, sou cavaleiro,
Bom de laço, aventureiro,
Quando eu passo a poeira sai do chão...
Começo o dia com o cantar da passarada,
Com o aboio pra boiada indo em qualquer direção,
Eu vou cantando,
Ouvindo as águas do riacho,
Mas também enfrento mato
Cobra, espinho, assombração.
Mas tenho a proteção da Virgem soberana,
E do bom Deus que não se engana,
E guarda quem tem coração...
No breu da noite quando o céu fica estrelado,
Um mugido no cerrado quebra a minha solidão.
O lampião de querosene iluminado,
É o meu pavio acordado,
Meu olhar na escuridão.
Mas num galope, o sono chega nos meus braços,
E adormeço olhando o pasto,
Com a viola em minhas mãos...