Na minha velha querência, chegou a evolução
Das lidas brutas de estância, muitos largaram de mão
Mas eu que sou pêlo duro, morro e não floxo o garrão
Sigo num tranco chasqueiro, com os cachorro ovelheiro
Pra trazê os bois pro saleiro, e amadrinhá redomão
Fiquei ganhando meus trocos, só no serviço braçal
Cortando alfafa a gadanho, e capinando mandiocal
Com a camisa aberta ao peito, enfrentando temporal
E as vezes por gauchada, com a sete dente travada
No puro pelo sem nada, vou paleteando um bagual
De tanto vivê alambrando, tô quase profissional
Também numa pá de corte, avalando banhadal
Lascando palanque a maio, oiga serviço brutal
Mas pra dormir sossegado, não posso deixar de lado
De roseteá um desmamado, que não conhece buçal
Num arado pica pau, ensino os tambeiro a lavrá
Pra depois plantar o milho a bico de saraquá
Semente que na fumaça, eu atiei para secá
E num segundo momento, repasso um mouro cinzento
Que berra igual um jumento, quando começa apanhá
Nos dias frios de garoa, eu lido com couro crú
Botando iapa em sovéu, pra palanquiá algum zebu
Também faço tabuleta, dos gomos de uma bambu
Por onde eu tenho passado, quantos ventana aporreado
Traz o matambre marcado, da espora deste xirú