Oxente meu sinhô, que qui se asucede aqui?
Num consigo entender nada desse arranca-rabo
Sei que esse cangaceiro é mermo um cabra da pest
E fica desfilando cum trabuco ali do lado
“Escute féla da gaita, num me importune não
Pois puxo minha Garruncha e bagaço seu pulmão
Cum 30 polegada retalho todo ocê
E te jogo igual carniça pro zurubu cume”
E é caco pra todo lado, as moça tudo gritando
O facão passa perto e o sangue derramando
Mas cabra que é cabra já conhece seu destino
Essa é a saga do calango nordestino
Esse é danado de valente, num tem medo da morte
Meu padin Ciço lhe presenteou com a sorte
Num arreda duma confusão nem se morrer
Calango nordestino do engenho gosta de beber
“Siô peida azedo igual ocê!
Minhas cicatriz fiz por merecer!
Sô cabra do sertão sim sinhô!
Minha sinhá é espalhar o terror!”