Um pedreiro trabalhava
Numa certa avenida
Quando por ali passava
Uma mulher mal vestida
Ele correu pra olhar
E confiou de deixar
Um prumo e uma colher
Veio um ladrão e roubou
Enquanto o pedreiro olhou
As pernas de uma mulher.
No rio grande do norte
Um dia deu-se uma briga
Aconteceu até morte
Nunca mais faltou intriga
Só por causa de um rapaz
Chamado antônio de braz
Que viu as pernas de ester
Quase morreu apanhando
Só porque estava olhando
As pernas de uma mulher.
Um dia no cemitério
Encontrei com uma caveira
Quebrei o silêncio sério
E perguntei dessa maneira
Caveira, quem te matou?
A caveira respostou:
Já que saber você quer
Faz dez anos que morri
Só porque disse que vi
As pernas de uma mulher.
Todo homem limpa a vista
Vendo mulher seminua
Até mesmo motorista
Se for andando na rua
Vendo mulher descomposta
Ele logo o carro encosta
Se esquece até que é chofer
Abandona a direção
Só pra prestar atenção
Nas pernas de uma mulher.
Eu encontrei num caminho
Um cego se lastimando
Aí perguntei ceguinho,
Por que você tá chorando?
O cego me respondeu:
- Amigo esse pranto meu,
Tem um sentido qualquer
É o pranto do desejo
Que eu sei que morro e não vejo
As pernas de uma mulher.
Lá no espirito santo
Na cidade são vicente
Deram num viúvo tanto
Que ele ficou doente
Batiam nele de vara
No espinhaço e na cara
Sem sentir uma dó se quer
O deixaram de cara inchada
Só porque deu uma olhada
Para pernas de uma mulher
Na cidade imaculada
O padre manoel luiz
Viu uma mulher sentada
Na calçada da matriz
Assim que ele viu ela
Olhou para as pernas dela
E sabe qual foi o mister?
De ser padre ele deixou
Depois do dia que olhou
As pernas de uma mulher
Eu conheci “zé mocinha”
Era um gay assumido
Ele usava calcinha,
Sutiã, blusa e vestido.
Mas eu confesso a vocês
Que uma mudança ele fez
E acredite se quiser!
Virou um homem perfeito
Depois que olhou direito
As pernas de uma mulher.