Lentas são as vozes
Que saem como sonhos
Das gargantas imortais
Dos vinhedos ao vento
Das luzes outonais
Lentos são os gestos que pairam
Quando pássaros possessos
Lavram nuvens
Sementes e pólen
Lentos são os passos do tempo
E enquanto lembro laços
Abraços feitos quais traços
De luzes límpidas no espaço
Peço que os gestos, as vozes
E os passos
Levem sempre para os teus braços
Um pouco da ternura que faço
Ao sentir nas rodas do universo
Um maço maduro
Dos teus cabelos em cacho
III - Sagração do Outono
Em círculos concêntricos de luz difusa
O outono se instala
Os halos e hálitos que chegam
Já não lembram que houve verão
Os primeiros frios os primeiros
Medos da infância
Os primeiros cios os primeiros
Medos da infância
Se consagram em sombra e luz
Os negativos de uma dobra de sonho
Na esquina deserta na madrugada
Na ausência do jasmim explícito exposto ao céu
No pátio deserto entregue à lua
As nuvens de desdobram por entrte os ventos
E a massa pesada se retraduz
Em frio, emcampo
O outono é chegado
Já não há mais tempo
(Ano Veloz Outono Adentro)