Fiz do galpão a morada em parceria com o vento
Atei o lenço ao pescoço e a alma atei com tento
Nesta vidinha estancieira moldada a rédea e estrivo
Quando o xergão é suado, ai me sinto mais vivo
Sou eu e tropa de bois povoando essas planuras
Começo quando clareia, só paro ja noite escura
Esta é a vida que eu vivo, cavalo, campo e criação
Nos dias que o sol desaba, sobra lida no galpão
Das minhas mãos saem versos e potros bons de montar
Me viro bem com meu pinho como num flete a trotear
Dois sonhos trago na vida que é muito pra quem espera
Um pía dos mais arteiros e a morena mais bela
Se há um Deus dos campeiros pra este que eu vou rezar
Me cuide nessas tropadas pra "mode" eu não me quebrar
Se me são poucos os cobres, sobra horizontes no olhar
Me cede aqueles dois sonhos e nada vai me faltar