Uma pomba voou
Ate à árvore que me dava sombra
E pouso num dos ramos, num dos ramos
Fui buscar a espingarda e atirei
Contrariando a vontade do meu pai, do meu pai
Numa nuvem de penas
Saltou do seu corpo frágil
E transformou-se neve, transformou-se em neve
Ate à cintura de branco
Vi o pássaro olhar para mim... com pena
Depois voou para longe
E nunca mais pousou
Na árvore que me dava sombra
Voou para longe
E nunca mais posou
Na árvore que me dava sombra
Nesse vale encantado
Há coisas simples
Que revelam o que vamos ser, o que vamos ser
Nao aparecem nas fotografias
E acontecem quando ninguém vê
Num passado
Que voou para longe
E nunca mais pousou
Na árvore que me dava sombra
E voou para longe
E nunca mais pousou
Na árvore que me dava sombra