Batuk que faz o chão tremer
Emana energia e vibração
Raiz africana no xirê
É canto, dança e devoção
Toca pra subir, poeira...
Chama pra descer o povo de aruanda
Noite de luar clareia
Enfeita de axé, meu samba...
Saudade que o negro chorou
A cura do corpo no seu tambor
Rufa o alujá pra xangô
Oxôssi na fé, ecoa o agueré
Firma na palma da mão
Bate adarrum a ogun
Chegou oxalá, dobre'o run
"Nego véio" mandingueiro rezou...
E pediu a seu "sinhô liberdade
De congo um nobre rei fez reluzir felicidade
Nos guetos, semeando esperança e paz
O sonho, inocência que se refaz
No peito um batuque de gente guerreira
Mostrando ao mundo sua realeza
Ao som da batucada brasileira
O meu verde e branco é couro e madeira
Vai ressoar o atabaque de um bamba
Ao renascer nesse congá
O primeiro império do samba