A casa exala o perfume
De figos recém-colhidos:
Sabor da infância que o tempo
Ainda guarda consigo.
As hábeis mãos femininas,
Na pedra, mostram destreza,
Raspando a casca dos figos
Pra limpar as impurezas.
E assim... fruto por fruto...
Vão perdendo as manchas pardas
Transformando, cada um,
Numa jóia lapidada.
O aroma das figueiras
Se faz doçura na calda
Pra enfeitar as crista leiras
Com matrizes de esmeralda.
Que dera essas mulheres,
Com suas mãos de ternura,
Dessem fim nas asperezas
De tantas almas impuras.
Com certeza, nossas vidas,
Feito estes figos caseiros,
Espalhariam doçura
Nas mesas do mundo inteiro.
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