Olha, as namoradas da noite já vêm,
Olha as encantadas da noite em Belém
Que deixaram as tocas, as ocas vazias
Na periferia do bem
Imaturas, impuras meninas,
São duras as sinas que têm
Vão parindo anjinhos sem asas
No porão das casas,
Das Casas do Bem
Porque não sabem de nada
Da calçada, nem do vai-e-vem
Vendem os corpos e os sonhos
Por pão ou pó, por carinho ou vintém
Vai, que as namoradas da noite já vêm
Vai, que as encantadas da noite em Belém
Já deixaram as tocas, as ocas vazias
Na periferia do bem
São só doces e puras crianças
Quem brincam com o mal muito bem
Se despem das chitas e tranças
Se deitam, não sabem,
Não sabem com quem
Um dia acordam cansadas
Já não são tão meninas também
Aonde vão as namoradas
Desencantadas Marias Ninguém