se Deus me desse o condão
de agarrar por minha mão
o melhor que a vida tem
mil pedaços guardaria
desta forma fugidia
de existir, de ser alguém.
é tanto tempo perdido
é quase sangue vertido
tempo ido em correria
que às vezes sigo lá fora
perguntando onde mora
ou se demora a utopia.
eu quero abrir a cortina
que me faz desde menina
ter por sina o desalento
e assim ganhar a coragem
para enfim seguir viagem
por onde me levar o vento.
se Deus me der o condão
de arrancar do coração
tantos medos, tantas mágoas
irei de cabeça erguida
ao sabor da minha vida
merguhar nas suas águas.
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