Assim que o navio apita a pensão se agita
A nega fica aflita pra vadiar
Ela é figura de arte do Bar do Parque
Adora um desembarque
não pode ver lá no cais, qualquer turista chegar
E gosta de desfilar lá pela Bailique
Adora dançar colado um brega-chik
E no clube do açaí ela é da Socipe
A nega não é de Angola e nem é de Moçambique
Deixa de conversa nega, que eu quero é dançar
Lugar de conversa nega, é no Corumbá
Eu não sou turista nega, eu só tô na pista
Eu sou, é contrabandista da praça de Macapá
Eu vou a Paramaribo, quem sabe eu vou te levar
Te dar um banho de loja, de Zona Franca
Leite de soja pra dar sustança
Depois te levo pra Marabá
Deixa de conversa nega, que aqui não dá pé
Eu vou pro garimpo nega, tu pro cabaré
Eu já te cantei tanto nega, mais que Carlos Santos nega
Mas santo de casa nega, ninguém bota fé
Queria ser colunável do Edwaldo
Modelo do Ubiratam ou Mário Sobral
Queria virar notícia do Lúcio Flávio
Notícias de umas mutretas
que não sai pela Província, no Diário ou Liberal
Aprés de moi et demi delicieuse vacances
Será que comer muçuã, nega faz suar
A nega tinha um sotaque em francês soçaite
Mas vez por outra falava, "Eu só é dé Cametá"