Baralho marcado, só merda acontecendo
Cores desvanecendo e é tudo questão de tempo
Até que eu estoure e machuque alguém
Que seja importante, mas que eu trate com desdém
O problema não é você, tu sabes disso, enfim
Não tem o que fazer pra quem já nasceu assim
Tu falas eu ignoro, tu gritas e eu corro
E ficasse não aguentaria o estouro
Fazer o que, meu gênio sempre foi forte
Sem paciência pra quem acredita em sorte
Então pode falar, me conta tudo que tu sabe
No fim das contas, nós sabemos, tu és covarde
Procuro um defeito que venha na memória
Que me faz pensar em coisas da minha história
Escrever é fácil, o foda é aturar tudo
Porque comecei errado, enjoado do mundo
Meu deus do céu, o que que eu tô fazendo?
Se é tarde pra voltar, me afogo em vinho
Vômito na pia, e o que que esta acontecendo?
Olho pros lados e continuo sozinho!
Com o pé esquerdo e assim continuou
Fazendo essas rimas que até minha mãe criticou
Se o poema não é bonito, é que a historia deu trabalho
Não vem botar defeito no que eu escrevo caralho
Um dia comigo e tu surtaria
Pelo menos cicatrizes transformei em poesia
Pra jogar num beat e ver se isso desencana
Quem diria, fazendo da minha dor grana
Mas eu trocaria essa vida
Por um domingo na lareira, como nas antigas
Com meus pais, família reunida, e aí
Como seria se ainda estivessem aqui?
O tempo passou e não volta mais
Os amores que eu amei não me deram paz
Ninguém junto comigo por obrigação
Pessoas que deixei escapar pelas mãos
REFRÃO2x: Meu deus do céu, o que que eu tô fazendo?
Se é tarde pra voltar, me afogo em vinho
Vômito na pia, e o que que esta acontecendo?
Olho pros lados e continuo sozinho!
Não, essa porra não é um lamento
Mas quem não gostaria de poder voltar no tempo?
Não pra mudar tudo que aconteceu
Mas fazer acontecer o que não aconteceu
Caralho, o espelho me encara e eu não sei
Quantas vezes revidei sem adiantar, e agora?
Punho fechado, e os cacos no chão me mostraram
Que por mais força que tenha não funciona nessas horas
O Frio corta minha carne, tremo no sufoco
Mas prefiro cair morto ao sentir o calor do teu corpo
A raiva molda, solda o que restou
Olha, sem coração, o monstro que você criou
No fim é só um sonho, devaneio fraco
Entre memorias e histórias doses de um whisky barato
Pra aquecer o que eu deixei ser frio aqui
E talvez me lembrar que eu ainda não morri