O rap e o samba, o samba e o rap
Essa é a função aqui dos muleques
É só se envolver não pega nada
Só se ramelar na caminhada
Malandragem real não rouba a brisa
Pelo contrário é sintonia
Pega os instrumentos qual que é tá moscando
Vamos agitar é a cara dos manos
Maloca é maloca ninguém para nós
A noite é pouca prepara a voz
Pra fazer a levada, cantar as damas
Mas que melodia é coisa de bamba
Esse é meu berço tá na raiz
No fundo do quintal sempre alí
A batucada pegando, churrasco rolando
Quem é de chapa já está chapando
No sapatinho, sapateando
É coisa de louco que arrasta esse mano
Dos tempos de infãncia a atualidade
A mesma postura na humildade
Eu sei os caminhos já me apontaram
Fui bom ouvinte e hoje é estralo
Fechando lindo aqui de ferraz
Sertâozinho no bang não fica pra trás
São pra poucos assim como nós
Que chega, chegando que solta a voz
É de raiz coisa de maloca
Talento nato, o cavaco chora
Prossigo então, sem papagaiada
O celular que toca é o convite da rapa
Já tô chegando não sou de dar bolo
Só um trato no visu é o charme do monstro
Tem pique acompanha senão fica na manha
Os neguinho são show, os bico se inflama
Se quer ser como nós começa pela atitude
O resto aprenderá observando a virtude
A raiva do boy que nós rouba a cena
Por onde passa é cultura negra
Então não se acha e dar o braço a torcer
Assim ninguém tirar ninguém pode crer
Não sou eu que sou mau é a sociedade
Sempre pondo barreira arbitrariedade
Mas deixa eu voltar, o clima de antes
Da um ligo aí nesse rasante
Da capital pro interior
Na atividade como jogador
Do z.a.p sem segredo juruna
Fiel escudeiro 10 anos na luta
Gafanhoto foi praga na plantação
Só que a fé sempre amilhão
Foi a prova que deus e sua dádiva
Para com esse louco derrubar as muralhas
São pra poucos assim como nós
Que chega, chegando que solta a voz
É coisa de gueto, é coisa de maloca
Talento nato, o cavaco chora