O sal da minha lágrima
Riscou o céu, trincou o chão
Dosou o gás do meu desejo
Quem me garante se isso vai parar
O estrago continua feito
O estandarte caiu, o brilho ofuscou
A fórmula desabou, a trama já não é segredo
Não há confinamento a amenizar
A queda no desfiladeiro
A vida é assim, o palco me sorri
Mas tem os nevoeiros
Abraço a expressão que me resta
Tá no papo essa cicatriz
Vou tirar de letra essa faceta
Secou o suco do vigor
Mudou o foco da beleza
O tempo se encarregou
A pele já não é a mesma
A célula se curvou
O relógio não se oxidou
A memória ainda está acesa
A pílula segura a brincadeira
Sei que é muito cedo pro óleo findar
É piração, paranoia, mas temo esse pesadelo
Não há prazo a validar
A brocha que segura o peso
O maremoto atingiu, a crista baixou
Cegou a espora, a crise trouxe o medo
Varou meu peito sem me consultar
Levou meus dias de sossego, cedo