O que deturpa
A minha visão
É o medo de sentir
Aquela sensação
De desprezo
E angústia
Meu dever é
Minha rotina
De ir e vir
Sem reclamar e sem dizer
Como foi meu dia
Passo as noites
Enclausurado em sonhos pagãos
Em enfermas relações
Mesmo rodeado
De pessoas
Solitário num vácuo
Solicito
Um beijo da vida
Ou uma última saída
Ao beirar
Uma das muitas formas
De Suicídio
Sem deixar
Contas a pagar
Vou jogar
E se eu ganhar
Você nem irá perceber
Porque minha presença pra você
É um martírio
Enfim haverá
Um dia
Em que irás reconhecer
Que eu merecia
Uma vida
Além de um só sofrer
Num domingo voltar
À casa que tanto me fez sofrer
Retornando ao prazer
De viver...
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