Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e de violão.
Pra quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no rio Ibirapuítã.
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro.
Pedra-moura das quebradas do Inhanduy.
E na horra derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vão virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer.
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que amei com devoção
Cada verso que componho
É um pagamento
De uma divida de amor e gratidão.
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