Eu nasci numa cidade pequenina
Que surgiu entre as colinas
No vale Jiquiriçá
E fui criado nas sombras
Das bananeiras
Nas margens de um aguaceiro
Que tinham cor de cristal
E agora vê, meu senhor!
Que eu cresci com a dor
De ver morrer o meu brinquedo de papel...
Não vejo mais um barquinho
Na correnteza
Vejo apenas a mazela
Do povo da nova era
Que transforma água em barrela
Pra correr no meu quintal...
Eu quero água cristalina na cacimba!
Eu quero água de cacimba pra beber!
Quem mata um rio
Morre de sede aqui na terra
Quem cuida dele
Planta e colhe pra valer