O tronco frondoso do jacarandá
Na estrada onde o vento faz nuvem de pó
Devido à distância, meu mundo e o dela
Sozinha ela vive, eu vivo tão só
Os nossos dois nomes na hora do adeus
Gravamos no tronco do jacarandá
E desde esse dia não sei onde estou
E aquela que amo não sei onde está
Meu jacarandá, meu jacarandá
Meu mundo é tão triste do lado de cá
Será que ela está, será que ela está
Por mim esperando do lado de lá
A doce esperança morreu para nós
No verde das folhas do jacarandá
Refúgio nas tardes dos raios de sol
Morada do triste cantor sabiá
Talvez que em seu tronco a casca cresceu
Meu nome e o dela o tempo apagou
Talvez que a Lua cansada da noite
Cansou do espaço e ali cochilou
Meu jacarandá, meu jacarandá
Meu mundo é tão triste do lado de cá
Será que ela está, será que ela está
Por mim esperando do lado de lá
Talvez que haja espinhos cobrindo seu tronco
E ninhos de aves por sobre seus nós
Ainda nos galhos eu vejo o passado
Assim balançar os seus longos cipós
Meu jacarandá de raízes profundas
Que busca humidade no peito do chão
Também minha mágoa arranca humidade
Em forma de pranto do meu coração
Meu jacarandá, meu jacarandá
Meu mundo é tão triste do lado de cá
Será que ela está, será que ela está
Por mim esperando do lado de lá