Não és bom, nem és mau, és triste, e humano
Vives ansiando em maldições e preces
Como se, a arder no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano
Pobre, no bem como no mal padeces
E rolando num vórtice vesano
Oscilas entre a crença e o desengano
Entre esperanças e desinteresses
Capaz de horrores e de ações sublimes, não fica das virtudes satisfeito
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes
E, no perpétuo ideal que te devora
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um Deus que chora
Três da matina pico dos loko, na quebra forcas no pescoço
Corro igual loko contra o tempo, e respiro se não eu piro de novo
Meu ofício é ser assassino das mentiras que oprimem meu povo
E de novo aqui vejo que segue o desfile das cabeças baixas
Canetas menosprezam enxadas
Gravatas como guilhotina
Essa é a vida com muito mais realismo que blu-ray de hollywood
E menos ibope do que o show biss, pique fênix
Meu povo tá, ressurgindo dos escombros
Puro práxis, pois a prática é a teoria dos mais loucos
Então pensa e me diz agora, onde você vê pureza
Amor sincero ou sentimento real
Entre reticências incertas?
Presta atenção se não a vida põe um ponto final
E agora se pergunte: E se?
(E se?)
E agora se pergunte: E se?
(E se?)
E se depois de tanta procura, ainda não encontrou luz a sua volta
Então procure dentro de si
Veja a força oculta
O verdadeiro gigante
O lado oculto da lua e a vitória em seu semblante
O gladiador derrubando o coliseu e o mal pela terra
Entenda que outros são apenas obstáculos
E você é sua própria guerra
Aquiles sem calcanhar
Troia sem cavalo
To pronto pra voar, e ultrapassar meus obstáculos
To pronto pro que vier, memo não sabendo o que vêm
Nada me abala, hoje eu tô muito bem
Hoje, eu tô bem
Nada vai me abalar
Nada vai me derrubar
Hoje eu tô muito bem
Tô aqui, tô de pé, pro que der e vier
Até a manhã que vem
Tô aqui, tô de pé, pro que der e vier
Até a manhã que vem
Dedos que condenam a esmo
Línguas sem controle
Rap comercial apreciado, e a realidade se esconde
Num jogo de pega-pega vejo irmãos se matando
Vida abstrata e a morte revela dores
Cicatrizando as feridas, renascendo a esperança
Em cada dia que começa, o meu povo segue sofrendo
É falta de água e falta de chuva
Mais na oração, da madrugada
É onde Deus mais escuta
E na disputa de quem é melhor de quem têm mais dinheiro,
Eu busco trazer mudanças, esperança em cada olhar de desprezo
O medo corrói, seus pensamentos, não dê liberdade a ele e sim aos seus talentos
Aqui deixo um fragmento, que a cada ferimento a cura é com o tempo
Levantando mais forte a cada caída, gladiador nas batalhas dessa vida
Hoje, eu tô bem
Nada vai me abalar
Nada vai me derrubar
Hoje eu tô muito bem
Tô aqui, tô de pé, pro que der e vier
Até a manhã que vem
Tô aqui, tô de pé, pro que dé e vier
Até a manhã que vem
Aí, já pensei em parar
Aí, hoje memo quando acordei, pensei em desistir
Mas aí, não é a hora ainda de cravar meu fim
Tem vários manos e minas precisando de mim
O abismo das almas perdidas
Todo dia engole aqueles que se vão, sem flores ou despedidas
Eu entendo, já me encontrei desesperado
Olhando em volta, se sentindo trinta vezes atrasado
Mas memo bolado cê nunca pode deixar crer
Nada pode ser maior, que sua vontade de vencer
Vai pra rua espairecer
A luz desse planeta, tio, habita dentro de você
Cê num pode ser uma fênix, gente como a gente
Não vive trezentos anos mais vive o suficiente
Pra fazer valer, cristo se render
Pode não ser das cinzas mas todos necessitam renascer