Lâmpadas grandes apagadas
Mas o meu peito aceso a mil
Corre cidades, sobe escadas
Em queda livre abre as asas
Depois se perde por aí.
Não falo nada, eu ouço tudo
Soa no ouvido a dor e o mais
Dívidas, dúvidas, estrelas
Divinos rastros da surpresa
E de repente a vida vai.
Sigo cigano cego e sempre
Eu mesmo leio a minha mão
Escrevo nela versos, ventos
O meu destino, meus lamentos
Estou marcado de paixão.
Vão os pontinhos do olhar
Iluminando a noite
E assim
Segredos são clarões sem par
Lua crescente a me seguir.
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