Herbert Lucena - Não Me Peçam Jamais Que Eu Dê de Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenho Pra Vender - Parte 02 Songtexte

No meu solo a cultura é bem mais forte
Porém poucos dão ouvidos a ela
Não se abre nem porta, nem janela
Quem tá no sul não conhece meu norte
Se hoje canto repente não foi sorte
Fui nas feiras e praças conhecer
Com poetas-violeiros aprender
Como é que se bebe nessa taça
Não me peçam jamais que eu dê de graça
Tudo aquilo que eu tenho pra vender

Foi jacinto, o rei jackson e azulão
Que inspiraram meu ritmo e meu cantar
Com a banda de pife a embalar
Vi rojão pra fazer coco e baião
Pois fazemos valer nossa canção
Aos mestres eu quero agradecer
E por toda a herança e o saber
Fazendo – me seguir por essa marcha
Não me peçam jamais que eu dê de graça
Tudo aquilo que eu tenho pra vender

Já rodei desde a praia ao sertão
Canto coco que não é de coqueiro
É trupe, de batuque, de terreiro,
De emboladas dos vates da nação
Eu não traço o destino em minha mão
Nem estou aqui pra me promover
Eu não posso e nem devo agradecer
Aos que por minha causa não abraça
Não me peçam jamais que eu dê de graça
Tudo aquilo que eu tenho pra vender

Esses versos de décima do repente
Foram montados em quadra e sextilha
Sendo assim é formada a redondilha
Tudo isso aprendi com zé vicente
Eu só quero é poder passar pra frente
Essa regra tenho que obedecer
Como posso fazer para viver
Divulgando a poética popular
Quando é que vou parar de escutar
Que terei de cantar sem receber ?
Não me peçam jamais que eu dê de graça
Tudo aquilo que eu tenho pra vender
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