Longe de tudo, fonte de mim
fiz um caminho que parece triste
sempre no chão, pés no regaço
não ousei dizer-me não.
Retiro narciso pra dentro de mim
construo meu nada sonhando sem fadas
vi-me nascer longe das águas
sem merecer belém de onde vim.
Lembro-me dela, lugar de mundos
cidade sombra de ruas mudas
vivi temores, pedi favores
deitei amores de arlequim.
Hoje refaço o lugar amado
sempre calado por querubins
volto em mistério, sempre dezembro
filho sem norte, dono de mim.
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