Solto meu verso crioulo nesta vaneira aporreada
Faço uma prece campeira, em meio à alma templada
Pedindo calma pra o tempo, pois cheguei de madrugada
E hoje é dia de doma, vou destapar uma eguada
Espora faz cantilena do galpão até a mangueira
Vivo neste xucro oficio, no meu viver de fronteira
Gritando forma cavalo, no meio da polvadeira
Desafogando minhas ânsias em tropilhas caborteiras
REFRÃO:
Me fiz campeiro na estância, nos apartes de rodeio
Criado desde piazito na orqueta dos arreios
E espichava um doze braças em munhecas sem costeio
E escorando os tirões, pra evitar o golpe mais feio
Assim sou um índio quebra, nesta realidade crua
Em dias que gineteio, no garrão eu calço as puas
E me acampo nos ventenas, feito um guerreiro charrua
Contraponteando os corcovos, pareço ir de encontro a lua
Por isso que quando encilho um potro ao clarear do dia
Me traz recurdos guardados, que ressurgem em melodia
Aflora a seiva dos tempos em completa harmonia
Pra acolherar ao presente a estampa mais arredia
REFRÃO:
Me fiz campeiro na estância, nos apartes de rodeio...