Ah! Tanta gente falando da vida
Falando da morte guarida
Silêncio, sombra, ilusão
Ah! Tanta gente falando da vida
Sem dizer do corte a ferida
E no dia céu, coração
Eu falo da fome, da dor, o medo
Do peito aberto, o brinquedo
Que se atira contra os segredos
Sem fugir, sem se perder
Sem vacilar
Falo de quem acorda mais cedo
Que trabalha de sol a sol
Sem sorrir, sem brincar
Sem viver, sem cantar
Sem sequer poder sonhar
Ah! Tanta gente falando da vida
Eu canto a festa perdida
E a vontade de ser livre e feliz