Há um infinito azul além de nós
Há um som mais puro que inspira nossa voz
E o amor por este chão nos faz cantar
Num compasso valseado que se expressa no dançar
Exaltando em passo e voz as coisas do meu lugar
Os ventos andam soltos pelos campos
Compondo minuanos inverneiros
A geada nas manhãs cristaliza este cenário
Que outrora fora pouso de tropeiros
Foram tantas raças fecundando esta terra
Abrindo os corredores, rumando ao alto da serra
Desvendando os véus sedosos -nuvens tensas de serração-
Se aquentando em noites longas com o mate de mão em mão
Este é o lugar pra se viver
É o meu lugar, vem conhecer
São campos estendidos de são chico a vacaria
Onde o sol esquenta pouco nos dias de invernia
Meus sonhos nascem neste lugar
Quando a manhã vem me acordar
Com pássaros que cantam dos pinheiros soberanos
Despertando em mais um dia meu orgulho em ser serrano
Não menosprezo os valores de outras terras
Apenas canto meu lugar sem vaidades
Pois é um recanto enclausurado de riquezas
Quem conhecer vai entender essas verdades