Não posso ser tua esperança,
Porque ela iria se frustrar:
Vivendo assim, nessas andanças,
Muitos lugares são meu lar.
Não devo ter o teu amor,
Mas quero amar-te sem cessar;
Preciso ser um bom ator
Para o teu céu não desabar.
Foi curto o tempo de nós dois,
Para podermos avaliar,
De imediato se, depois,
Feliz seria o nosso lar.
E de tão longe, onde estarei,
Os teus abraços só virão
Acontecer na confusão
Da minha mente, onde os guardei.
E tanto tempo vai passar,
Sem que possamos nos rever;
Há tanto espaço, há tanto mar,
Há tanto chão a nos deter.
Minha menina, flor de lis,
- minha aflição, meu paradoxo;
Como mereces se feliz;
E eu te faria... e já não posso...
Minha menina, não te tranques
Na mais completa solidão:
Vai passear, brincar, como antes;
Estende à vida as tuas mãos.
Mas se depois, sem desistir,
Eu venha logo te encontrar,
Não deverás, jamais, mentir,
Se em tua vida eu não me achar...