Eu vejo a vida na cidade sem censura
Que me derruba, mas segura
Pela gravidade
Meus traços seguem disparados
Contra o meu agrado, meu pecado
Que me tortura passo a passo
Disfarço frases pequenas pela metade
Que por inteiro me perseguem
Pelas esquinas me invadem
Não vejo minha cara imagem no espelho
Que só reflete o meu desejo
Desfigurado estilhaço
Pelo sinal fechado
Passam versos entre-abertos
Nem tão discretos e incertos
Em qualquer poema de amor
Nem um sinal de alerta
Me desperta ou me contesta
Na contra-mão da rua
Pela via certa
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