Às vezes no alto-mar ele se distrai
A mão treme e se desprende do leme
Da proa à popa ele corre perdido
A reta entorta e a corda segue enosada
Quando o casco rompe, as ondas batem no rosto
Imerso na solidão afunda sem fé
Ao olhar pro alto à procura de salvação
No vazio tudo o que ele enxerga são asas
E a elas segue pelo azul, até se cansar
Para então no cais descarregar todo o peso do mar
A esperança era de que o certo havia feito
Mas ao tocar no chão ele sabe que não acaba
E percebe que tudo a mente levou
E aquelas asas vai buscar, para de novo tentar
Sabendo que mais uma vez vai errar
Porque sabe que nunca vai ser alguém nesse lugar
Que o mar me leve...
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