Quem devia tá melhor
É quem come o pó mas planta o pão
Só quem vive do suor
É quem devia ser o patrão
Seu zé! não é isso não
Dona maria! tinha mais é que ser
Quem dera oxalá que sêsse
Quem sabe poderia for (2x)
Meu canário é um curió
Meu cancão-de-fogo é um bem-te-vi
A alegria é um choro só
E a tristeza não pára de rir
Seu zé! não é isso não...
Com prazer minha boca beija
Até quem me quis envenenar
Se minha morte é benfazeja
Assim seja eu me vou com o luar
Seu zé! não é isso não...
Eu vejo o sol, eu vejo a terra
Eu vejo a lua, eu vejo o mar
Vejo um mundo de fartura
Vejo o amor a governar
Água mole em pedra dura
Pra beber, pra irrigar
Cada vírus, cada cura
Chão e teto pra morar
Eu vejo o rio, eu vejo a serra,
Eu vejo a mata respirar
Vejo que quem me censura
Bom exemplo vai me dar
Ai de quem não cumpre a jura
Pois a cuca vai pegar
Cada anjo de candura
Que nascer vai se criar
Ê ô ê ô / quem dera que sêsse, dotô (4x)
Que o sinhô se alembrasse
Que eu não me esquecesse
Que o sinhô trabalhasse
Que eu também comesse
Que o sinhô ensinasse
Que eu aprendesse
Que o sinhô medicasse
E eu me fortalecesse
Ê ô ê ô / quem dera que sêsse, dotô (4x)
Que o sinhô não roubasse
E depois me prendesse
Que o sinhô não pisasse
E a grama morresse
Que o sinhô se abastasse
E eu sobrevivesse
E só me faltasse
O que eu não merecesse