Atílio Versutti e Chico Viola
Sempre lidando com Boi, aprendi desde Menino
Fui o Rei dos Boiadeiros, no Sertão de Ouro Fino
Já dei duro nesta Vida, com minha Sorte, cumprindo
Hoje eu fico admirado, olhando o Progresso Honrado
Que o Brasil vai conduzindo.
Embora o tempo passa, me recordo em desatino
O grito de uma Criança, e o furor de um Boi Felino
Uma Mãe em desespero, chorando e á Deus Pedindo
Ao longo da Boiadeira, o Menino da Porteira,
Era angústia, me seguindo.
Na Cruzinha do Estradão que encerrou triste destino
Construíram uma Igrejinha com a Imagem do Divino
Onde o Povo faz Promessa, entre Vela e som do Sino
Eu também jurei confiante, de
entregar o meu Berrante
Em homenagem ao Menino.
Na derradeira viágem, despedi de Ouro Fino
Na Igrejinha do Estradão, a Promessa, eu fui cumprindo
Hoje eu vivo aqui distante, mas todo ano eu previno
Viajo lá pro Sertão, vou rezar em devoção
Pela Alma do Menino.
Vicente Lopes Farnézio (Duêmio)