No Brasil tem um sortudo
Desmanchando de alegria
É o pai da malandragem
Sua sorte é sem quantia
Na sombra da impunidade
Ele vive noite e dia
Foi mais de duzentas vezes
Que ganhou na loteria
Quando a esmola é demais
Até o santo desconfia
Na estrada desse mundo
Já levei muita rasteira
Quando não caía na lama
Eu caía na poeira
Mas aprendi que a vida
Não está pra brincadeira
Na dura luta da terra
Precisamos de trincheira
Hoje o rato come o queijo
Sem cair na ratoeira
Está no SPC
O nome de muita gente
Quem sorria no passado
Está chorando no presente
No Congresso Nacional
Precisa fazer urgente
Limpeza com creolina
Com soda e água quente
O político safado
É pior que dor de dente
Tem raposas no Planalto
Viajando nas alturas
Tem aviões turbinados
Dentro da alta costura
Homens da maracutaia
Que não têm envergadura
No meu linguajar caipira
Minha conversa é segura
Trocaram só o arreio
Sem curar a pisadura
Quem roubou uma galinha
Está chocando na prisão
Está solto em liberdade
Quem roubou nossa nação
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